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sábado, 21 de fevereiro de 2015

DEMITIDO ???O ANO COMEÇOU COM MILHARES DE DEMISSÕES NAS MONTADORAS DE VEICULOS

Crise na Peugeot/CITROEN leva clima de apreensão a Porto Real e Resende 

CIDADEs DEPENDE DOS IMPOSTOS DAs MONTADORA E BUSCAm DIVERSIFICAR SEUs PARQUE INDUSTRIAL. MUNICÍPIOS VIZINHOS COMEMORAM INVESTIMENTOS

O clima de euforia e pujança econômica da região Sul Fluminense levou um balde de água fria com a dispensa temporária de milhares  funcionários das montadoras de veiculos principalmente da  PSA Peugeot Citroën. Operários estão apreensivos com a chance de demissões e de precarização no trabalho. A queda na produção também impacta os cofres da pequena Porto Real e da cidade de Resende , que dependem quase que exclusivamente dos impostos gerados pelas fábricas. 
Em função da retração do consumo interno de veículos a volta da inflação no Brasil e da crise na Argentina, que afetou as exportações, a Peugeot suspendeu dois  dos turnos e reduziu em 27% o volume de sua produção para 450 unidades por dia. Desde 17 de fevereiro, 650 trabalhadores do turno suspenso estão fazendo cursos de qualificação.
Linha de produção da PSA Peugeot Citroën: perda de mercado interno e crise na Argentina afetaram vendas da empresafrancesa no Brasil

Essas turmas são  a mais insegura. Alguns temem não conseguir voltar ao trabalho no final da suspensão e outros preferiam ter sido demitidos para procurar oportunidades em outras montadoras da região, como a MAM e a Nissan que tambem estão demitindo. “Estou indignado. Não podemos procurar trabalho porque somos obrigados a frequentar o curso para sermos pagos”, afirma um funcionário que não quis se identificar.
Além da suspensão dos contratos, a empresa francesa está demitindo funcionários. Na quinta-feira, o soldador Dirceu Machado, de 36 anos e dez de Peugeot, saiu do trabalho com o comunicado de dispensa por justa causa em mãos. “Tive quatro faltas para tratar de uma tendinite e de uma bursite”, afirmou, inconformado. Segundo a assessoria da Peugeot, as demissões são devido ao “turnover”, rotatividade natural dentro de uma companhia. Não foi informado quantos funcionários foram demitidos recentemente. 
As preocupações também rondam os fornecedores da montadora, que geram 1.500 empregos na região. Segundo o Sindicato, a Bentley cortou 23 funcionários, mas a entidade afirma não saber se outras dispensas. O operador de produção Ramon Alves, 21 anos, foi demitido da Magnetto Automotive em janeiro. “Um primo meu que trabalha lá tinha me avisado que iam cortar pessoas por causa da crise . Eu já sabia que ia sair, porque quem é mais novo sempre dança”, disse.
O operador de produção Ramon Alves: demissão na Magnetto
Foto:  Divulgação
Segundo ele, 200 funcionários foram dispensados. A firma, que emprega 750 funcionários no estado, não confirmou o número, tampouco o sindicato. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio, Julio Bueno, informou que governo está acompanhando a questão com atenção, mas disse que a crise esta afetando varias empresas . 
as Cidade depende dos recursos da montadora 
A crise da Peugeot vai se refletir nos cofres públicos de Porto Real. Graças à montadora francesa, a pequena cidade, de 16 mil habitantes, recebe um vultoso repasse de ICMS. Em 2013, foram R$ 137 milhões líquidos.
Este valor dá ao governo a possibilidade de oferecer serviços públicos de qualidade e regalias como transporte coletivo gratuito. Além disso, é uma das cidades com o menor índice de desigualdade social e com o maior PIB per capita do estado. 
A Peugeot, mina de ouro de Porto Real, também é seu calcanhar de Aquiles. A cidade é praticamente refém da empresa, que gera 80% do total de ICMS arrecadado. “Se você tem uma dependência muito grande, a queda na produtividade da empresa compromete toda uma estrutura da cidade”, afirma o secretário de Administração e Fazenda da cidade, Jorge Irineu. 
Ele diz que não há nenhuma luz vermelha acesa na prefeitura, pois acredita na capacidade de recuperação da montadora. No entanto, diz que o ICMS deve ficar estagnado pelo menos pelos próximos dois anos. Porto Real está tentando reduzir a dependência da Peugeot. Em dezembro, foi sancionada uma lei que concede isenções de Imposto Sobre Serviços (ISS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para empreendimentos que se instalem por lá. “Também queremos fazer uma revisão no IPTU, que é muito baixo na cidade”, diz Irineu.
“O clima está péssimo”
Na fábrica da Peugeot, onde trabalham 4.300 funcionários, o clima é de tensão. “Está péssimo. Ninguém sabe se vai voltar a trabalhar”, afirma o funileiro Luíz Rondelo Teixeira, 34 anos. 
O funileiro Luíz Rondeli: “Ninguém sabe se vai voltar a trabalhar”

“O medo é que essa situação deixe a gente enfraquecido para negociar o reajuste deste ano e a participação nos lucros”, afirma o diretor Bartolomeu Citeli. Segundo ele, não dar para  evitar demissões. “Não queremos um exército de desempregados, já passamos por isso. Nos anos 90, quando a Companhia Siderúrgica Nacional foi privatizada, havia engenheiro disputando vaga de gari”, lembra.mais hoje está sendo impossivél não demitir
Cidades vizinhas tambem estão sofrendo com as demissões em massa
Enquanto Porto Real vive em meio ao medo, as cidades vizinhas Resende e Itatiaia tambem estão passando pelo mesmo problema 
A fábrica japonesa Nissan inaugurou  uma fábrica em Resende, em abril de 2014:investimento de 2,6 bilhões e geração de era de 1.500 empregos 


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