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quarta-feira, 2 de maio de 2012

CARTA DE REFLEXAO DE UM APAIXONADO POR NOVA IGUAÇU ,

RARO MOMENTO EM QUE SOMOS O CENTRO DAS ATENÇÕES


Estamos entrando na fase em que nós eleitores somos assediados e paparicados por candidatos ávidos por conquistar os nossos votos. Em nenhum outro momento nos sentimos tão valorizados, poderosos e disputados. Precisamos saber aproveitar bem esta oportunidade. Para tanto, é preciso ter claro quais são as nossas prioridades. 


É um momento também de enfrentar situações constrangedoras diante de apelos de amigos, de parentes, de vizinhos, etc. Ter bem claro e transparente quais são os nossos critérios ajuda a nossa escolha e nos tira daquela desagradável insistência do tipo: “vota no meu primo. O cara é gente boa”. 


Conforme estabelece a legislação eleitoral, só temos direito a um voto para cada cargo, exceto nas ocasiões quando podemos escolher dois senadores. Estamos às vésperas do processo eletivo municipal, portanto votaremos apenas no prefeito e vereador. São as pessoas que conduzirão a nossa cidade pelos próximos quatro anos.


COMO ESCOLHER UM CANDIDATO? 


Tenho os meus critérios, que não necessariamente se aplicam a outros eleitores com outras expectativas, prioridades, demandas e outras visões ideológicas. Torno-os público como um ato cidadão e, apesar de tudo, de aposta no processo democrático. Quem sabe posso ajudá-lo também a definir os seus critérios? 
Ouço por aí frases como: "Eu não voto em partidos. Voto em pessoas!". Minha postura é oposta a esta: eu voto em idéias e em candidatos que tenham legitimidade e capacidade de representá-las.



Tenho a minha preferência partidária e a utilizo como uma referência fundamental. Mas sou um cidadão e um eleitor de muitas causas e, por isso, tenho critérios amplos e bem exigentes. Para merecer o meu voto não basta ser do partido, ser meu amigo, parente ou vizinho, ser gente boa, ser eloqüente no discurso, ter me feito um agrado. Também não aceito que a hereditariedade seja um critério inequívoco de competência, de honestidade, etc. Ser filho de fulano ou beltrano não é suficiente. Também não basta se apresentar como ambientalista, como esportista, como líder comunitário, como blogueiro, , etc. É preciso muito mais para me convencer!!!


Entendo também que as minhas ideias não são majoritárias na sociedade. Sou  alinhado à ideologia verde, tendo como sonho a sustentabilidade. Portanto, sei que o meu perfil, minhas crenças e minhas práticas não são comuns e sei que não posso eleger o meu candidato sozinho. Tenho claro que o meu candidato, para ser eleito e poder representar as minhas idéias, precisa ter viabilidade eleitoral e que, para isso, terá que convencer e abraçar causas de muitos eleitores, não só as minhas. 


Como combinar tudo isso? Não sei bem, mas creio que ai está a arte da escolha e o maior desafio do candidato: ser viável mantendo-se legítimo, coerente, ideológico, honesto e verdadeiro. 


O QUE ESPERO DO CANDIDATO?


Vivemos tempos de profundo desprestígio da classe política. Nunca os vimos com tanta desconfiança e desprezo. Mas nada melhor para o corrupto do que ver a sua prática ser considerada como generalizada, como se todos fossem iguais a ele. Com esta percepção, injusta para com os honestos (sejam lá quantos forem), permitimos que o desonesto se mimetize e passe desapercebido. Se misturar na massa é tudo o que o bandido sempre quer.


Ficha limpa agora é lei, um avanço fundamental. As convicções éticas são tão frágeis no nosso país que a sociedade precisou lutar muito por algo tão óbvio e trivial: uma lei para barrar corruptos na política. Só mesmo a contaminação da política pode explicar tanta dificuldade. Enfim, ter passado ilibado é uma das condições legais para a candidatura.


Cabe agora à Justiça barrar estes malfeitores e a nós saber escolher. Como separar o joio do trigo? Não há aparelhinho para medir honestidade. Ser honesto é básico e não existe meia medida: ou se é honesto ou não. Cabe a nós, com o voto, ir adiante e fazer o ajuste fino, expurgando práticas deletérias da nossa cultura política, como o clientelismo, o populismo, os currais eleitorais... Nós eleitores precisamos colher informações sobre o candidato e julgá-lo usando a nossa intuição, com toda subjetividade que há nisso. É uma prerrogativa nossa!


Perfil: Considero que os cargos no executivo ou no legislativo para os quais votamos são da maior relevância para a vida democrática. São funções complexas e que devem ser ocupadas por pessoas com capacidade, vocação e legitimidade para essas tarefas. O candidato, caso seja eleito para o executivo ou para o legislativo, terá que me representar em tomadas de decisão em temas diversos. Terá que ter discernimento, capacidade de julgamento e negociação, de persuasão e argumentação e deve – responsavelmente – saber quando transigir. 


Importante! Fará tudo isso em nosso nome e, portanto, deverá prestar contas do que faz. Exijo qualidade, ética, transparência e compromisso!


É preciso qualificação? Claro. Mas isso não significa que o candidato tenha que ter necessariamente credenciais acadêmicas, mas tem que me convencer que está preparado para o cargo, de acordo com os meus critérios. 


MEU CHECK LIST DE ELEITOR – UMA TENTATIVA...


Além dos princípios básicos acima, observo os seguintes critérios:


- Legitimidade: que demonstre seu protagonismo através de um curriculum de serviços já prestados à sociedade e não apenas promessas de ações futuras. O pretendente ao voto não pode ser candidato dele próprio. Quem ou o que ele quer representar? Com que credenciais?


- Compromisso com a coletividade: que me convença que tem postura cívica e motivação altruísta. Já repararam como predomina entre políticos uma postura personalista, vaidosa, arrogante e ambiciosa? Será que este perfil combina com a atividade para a qual estamos escolhendo os representantes?


- Capacidade: principalmente se o candidato pleiteia um cargo no executivo, deve demonstrar capacidade gerencial e executiva, além de qualidades como liderança, cultura, versatilidade, capacidade de mediação de conflitos e negociação, carisma, capacidade de aglutinação.


- Ética: quero ser convencido que o candidato segue sólidos preceitos éticos. Que saberá portar-se eticamente diante de pressões políticas e diante da tentação do pragmatismo fácil. Capacidade de execução com ética, responsabilidade e espírito público!


- Carreira: que a carreira política venha como consequência do seu trabalho e do seu desempenho e não como mera ambição pessoal e individual.


- Compromisso com o cargo: que deixe claro, ainda na campanha eleitoral, se admitiria interromper o mandato no legislativo para um cargo no executivo, caso convidado. Em princípio, isso não é necessariamente um problema, mas nem sempre as pessoas têm perfil para exercer com eficiência papéis tão distintos. Já vi casos em que legisladores tiveram atuação pífia no executivo e outros em a troca foi um sucesso. O que faço questão é não ser pego de surpresa e ter isso como um dos elementos para a minha decisão.


- Ideologia: que tenha posições claras, coerentes e não apenas posturas de ocasião. Não voto em quem já pulou por vários partidos. Salvo situações de reconhecido mérito, não considero que estes políticos tenham a coerência e o compromisso eu espero encontrar. 


- Sustentabilidade: Não concordo com aquela frase que se celebrizou na Rio 92: "Pensar globalmente e agir localmente". A sustentabilidade requer uma visão muito mais sofisticada. É preciso pensar e agir localmente (no bairro e na cidade), regionalmente (no estado, no bioma, na baixada, etc.), nacionalmente (no Brasil), no continente, no planeta... Portanto, mesmo o representante local precisa saber pautar as suas ações pensando também nestas outras escalas. E não só na dimensão ambiental strictu sensu. Que pense a sustentabilidade também na dimensão da justiça social, da economia, da qualidade de vida, do transporte, da saúde, da educação, da cultura, da ciência, do lazer, do esporte, da gestão pública, da paz ...


O QUE ESPERO DA GESTÃO DO CANDIDATO? 


Como eleitor em Nova iguaçu-RJ, espero que os candidatos defendam e promovam... 


1) O futuro da cidade


- Ordem urbana: que seja aperfeiçoada e cumprida a legislação urbanística e ambiental para conter o crescimento urbano desordenado. Que livrem a cidade do lobby imobiliário que leva ao modelo atual de desenvolvimento, baseado no adensamento e na verticalização dos bairros.


- Cidade integrada: que a cidade seja uma só, integrada socialmente e urbanisticamente. Pelo fim da diferença entre asfalto e favela.


- Cidade sustentável: que se construa uma sociedade que tenha os seus alicerces nos valores da paz, da inclusão, da tolerância, da justiça social e da sustentabilidade.


- Cidade democrática: que se promovam instâncias participativas, democráticas e cidadãs de tomada de decisão. Queremos uma democracia participativa e não apenas delegatória aos eleitos.


- Cidade contextualizada regionalmente: que se retome o planejamento metropolitano, principalmente considerando os mega-empreendimentos em curso e a rápida transformação do padrão de uso dos rios e seus afluentes.


- Cidade e a mobilidade: que pensem uma solução para o colapso do trânsito na cidade buscando soluções inovadoras e abandonando o modelo do transporte individual, baseado no automóvel. A saída não está no aperfeiçoamento do que está superado: o modelo rodoviarista. Ruas, viadutos, túneis não passam de mais do mesmo. Por um transporte intermodal, de baixo custo e de baixo impacto. Queremos o novo, o inovador, o sustentável, ou seja, queremos mais transporte coletivo, mais ciclovia e o desestímulo ao transporte individual.


2) Administração Pública


- Gestão cidadã: que defenda uma administração pública para o cidadão e não para os cabos eleitorais. Chega da proliferação de secretarias desnecessárias e inúteis que só servem para acomodar apadrinhamentos, conchavos políticos e para forjar futuras candidaturas.


- Gestão “desfulanizada”: que tenhamos políticas públicas com a cara da cidade e não do governo de ocasião. Para isso, que tenhamos políticas públicas com lastro social, que vem da legitimação da participação cidadã e não apenas do mero voto sazonal. Que se estimulem organizações comunitárias fortes, organizações profissionais fortes, manifestações culturais fortes, partidos políticos legítimos, ideológicos, representativos e fortes.


- Gestão de estado: que Nova iguaçu tenha uma administração profissional. Que se faça concurso público para as secretarias. Secretarias importantes como meio ambiente, esporte, etc., não contam com servidores de carreira. Apenas cargos comissionados. Como capacitar quadros que mudam a cada gestor de ocasião?


- Gestão compromissada com a qualidade dos serviços:administração pública eficiente, cidadã, transparente, democrática, participativa, liberta da lógica apenas obreira e voltada também para a qualidade dos serviços para a população. Que fique claro que por serviços entende-se a educação, saúde, segurança, transportes, manutenção da cidade (ruas, arborização, qualidade ambiental, etc.), oportunidades para o esporte, gestão de parques, controle ambiental, etc.




  • Ter o índice de 100% das Escolas Públicas (Municipais e Estaduais) com Quadras Esportivas, Professores de Educação Física (bem remunerados) e Educação Física + Esporte regular em pelo menos 3 aulas semanais. Referência? São Caetano do Sul/SP.
  • Ter um programa público de esporte, atividade física e saúde preventiva de combate ao sedentarismo. Referência? Santos e Sorocaba/SP.
  • Ter um programa exemplar de esporte para a Terceira Idade e para os Portadores de Deficiência. Referência? Volta Redonda/RJ.
  • Ser um município que busque a liderança nas Olimpíadas Escolares do Ensino Fundamental; do Ensino Médio e dos Jogos da Juventude. Referência razoável? São Paulo.
  • Integrar os espaços esportivos ociosos dos clubes com a comunidade. Referência? Piracicaba/SP.
  • ADRIANO NAVAL  ,,ADSUMUS

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